ATA DA QUADRAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 30.05.1990.

 


Aos trinta dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Sexta Sessão Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorze horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Correa e Heriberto Back. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Wilson Santos que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas da Quadragésima Quinta Sessão Ordinária e da Décima Segunda Sessão Solene que, juntamente com a Ata da Quadragésima Quarta Sessão Ordinária, foram aprovadas. À Mesa foram encaminhados: pelo Ver. Airto Ferronato, 03 Projetos de Lei do Legislativo nºs 58/90 (Processo nº 1072/90); 59/90 (Processo nº 1073/90); 61/90 (Processo nº 1081/90); pelo Ver. Artur Zanella, 01 Pedido de Informações; pelo Ver. Edi Morelli, 01 Pedido de Informações; pelo Ervino Besson, 01 Pedido de Providências; 02 Pedidos de Informações; pelo Ver. Giovani Gregol, 02 Pedidos de Providências; pelo Ver. Jaques Machado, 01 Pedido de Informações; pelo Ver. Vicente Dutra, 13 Pedidos de Providências. Do EXPEDIENTE constou o Ofício s/nº das Lojas Paquetá. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Edi Morelli referiu-se aos pronunciamentos feitos ontem na Casa, acerca da morte da menina Fábia Fialho, decorrente de um aborto clandestino. Denunciou serem o médico acusado por essa morte, bem como o seu advogado de defesa, funcionários deste Legislativo. Solicitou providências da Mesa visando a demissão desses dois servidores. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Ver. Valdir Fraga reportou-se à denúncia do Ver. Edi Morelli, de que o Médico acusado da morte de Fábia Fialho, decorrente de aborto clandestino, é funcionário da Casa. Relatou a vida funcional desse médico, esclarecendo encontrar-se o mesmo em licença médica. Declarou já ter mantido contatos com a Auditoria da Casa, acerca dos aspectos legais observados nessa questão e das providências que deverão ser tomadas após o julgamento do caso. Após, foi aprovado requerimento do Ver. José Valdir, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje. Em continuidade, o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente Antônio Losada e, informando que S. Exª já prestara compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Educação e Cultura. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, o Sr. Presidente suspendeu os trabalhos, nos termos do artigo 84, II do Regimento Interno. Às quatorze horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a existência do “quorum”, o Sr. Presidente declarou reabertos os trabalhos, comunicando que, face a Requerimento, aprovado pela Casa, do Ver. Clóvis Brum, o Grande Expediente da presente Sessão seria dedicado a homenagear o qüinquagésimo sétimo aniversário do Jornal do Comércio, e convidando as Lideranças a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr José Antônio Dedius Vieira da Cunha, Secretário Especial de Comunicação, representando o Governador do Estado; Jornalista Roberto Brenol de Andrade, representando a Presidente da Companhia Jornalística J.C. Jarros; Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário da Casa. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. João Dib, em nome das Bancadas do PDS e PSB, dizendo ser o Jornal do Comércio o mais antigo em circulação na Cidade, destacou a abrangência dos assuntos de que trata o mesmo. Declarou desejar esta Casa e o povo gaúcho os votos de que este jornal dê continuidade ao seu bom trabalho de informação da nossa comunidade. O Ver. Clóvis Brum, como proponente da Sessão e em nome da Bancada do PMDB, comentou os motivos que o levaram a propor a presente homenagem, discorrendo sobre o surgimento do Jornal do Comércio, inicialmente um Boletim Informativo, e seu crescimento até transformar-se num dos mais consagrados veículos jornalísticos do Estado. O Ver. Dilamar Machado, em nome da Bancada do PDT, ressaltou o significado do transcurso de cinqüenta e sete anos para um veículo informativo em nosso País, principalmente quando esse veículo mantém o tratamento sério da informação que dirigiu sua fundação. O Ver. Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB, discorreu sobre as mudanças técnicas e na linha editorial que, como jornalista, pode observar no transcorrer da história do Jornal do Comércio, cumprimentando a direção do mesmo pela abrangência maior dada a seu noticiário. O Ver. Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PCB, teceu comentários sobre o significado da presente homenagem, relativa a um veículo informativo destinado a um público leitor mais restrito ao setor comercial. Analisou a função da imprensa moderna, dizendo deve ser ela reflexo e não mentora da sociedade. O Ver. Artur Zanella, em nome da Bancada do PFL, falou sobre as origens do Jornal do Comércio, como Boletim Informativo mimeografado, lembrando os nomes dos fundadores e vultos da importância da imprensa gaúcha que já passaram por esse Jornal. Discorreu sobre a trajetória profissional do Jornalista Roberto Brenol de Andrade, hoje representando, nesta Sessão, a Presidente da Companhia J.C. Jarros. O Ver. Wilson Santos, em nome da Bancada do PL, falando do quadro sócio-cultural hoje representado pelo País, analisou a importância da homenagem a um veículo informativo como o Jornal do Comércio, dizendo representar o mesmo os objetivos e virtudes buscados em uma empresa jornalística. E o Ver. Clóvis Ilgenfritz, em nome da Bancada do PT, saudou a Companhia Jornalística J.C. Jarros, pelo transcurso de seus cinqüenta e sete anos de fundação. Discorreu sobre os problemas políticos e econômicos encontrados em nossa sociedade, salientando o trabalho ainda necessário para a transformação social do nosso País, trabalho no qual a imprensa possui um relevante papel. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Jornalista Roberto Brenol de Andrade, que discorreu sobre a história do Jornal do Comércio e agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Às dezesseis horas e um minuto, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos e suspendeu os trabalhos, nos termos do art. 84, II do Regimento Interno. Às dezesseis horas e quatro minutos, constatada a inexistência de “quorum” para a reabertura dos trabalhos, o Sr. Presidente declarou encerrada a Sessão, convocando o Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga e Isaac Ainhorn e secretariados pelo Ver. Lauro Hagemann. Do que eu, Lauro Hagemann, 1 º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): O Grande Expediente hoje é para homenagear os 57 anos do Jornal do Comércio, a Requerimento do Ver. Clóvis Brum. Os convidados já estão chegando.

Antes disso, vamos conceder tempo de Liderança para o Ver. Edi Morelli, pelo PTB. Cinco minutos, sem apartes.

 

O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ontem gerou uma polêmica muito grande nesta casa no que diz respeito ao aborto criminoso feito a uma garota de 17 anos, e hoje dou um complemento de informações do Dr. Dejalnir Moura de Almeida, afastado desta Casa desde fevereiro de 1989. Era funcionário da Casa, não sei se ainda é, e se é peço à Presidência da Casa que seja tomada providência para a cassação da FG desse, se é que ainda é funcionário da Casa, que juntamente com as duas auxiliares que faziam o trabalho de enfermeira-atendente-recepcionista-telefonista e tudo o que poderia ser na clínica clandestina de aborto. Peço também para que alguém não diga que eu uso um peso e duas medidas. Tenho certeza que providências serão tomadas quanto ao Líder da Bancada do PTB nesta Casa, Ver. Luiz Braz, que o Dr. Antônio Prestes do Nascimento, advogado da Bancada do PTB nesta Casa, lotado no Gabinete do Ver. Luiz Braz, e que defende o Dr. Dejalnir Moura de Almeida, que está de licença médica, está em biometria o Dr. Antônio Prestes do Nascimento. São coisas como essas que não dá pra deixar passar em brancas nuvens, porque são 33 Vereadores que representam o povo e que ficam com suas imagens manchadas, como manchada fica a imagem desta Casa. Por isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o que eu sei é que o Dr. Dejalnir Moura de Almeida está afastado desde fevereiro de 1989 - se eu estiver errado e este cidadão continuar ainda ligado ao quadro funcional desta Casa, que seja exonerado do quadro de funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre. Repito, com a chegada do meu Líder, Ver. Luiz Braz, a denúncia que faço do Dr. Antônio Prestes do Nascimento, que defende o Dr. Dejalnir, Dr. Prestes que é advogado da Bancada do PTB que está de licença também médica e que, anteriormente, o meu Líder já teria me falado que providência seria tomada. (Pausa.)

A Verª Letícia Arruda quer saber qual. Será exonerado.

 

 

Portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós temos que manter límpida e clara a imagem desta Casa, como também a imagem de todos os 33 Vereadores que representam o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Ver. Isaac Ainhorn para assumir a direção dos trabalhos, porque nós vamos usar o Tempo de Presidência para nos pronunciar em nome da Casa.

 

(O Sr. Isaac Ainhorn assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Com a palavra o Ver. Valdir Fraga, em Comunicação de Presidente.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Lauro Hagemann, companheiros que compõem a Mesa e demais Vereadores. Eu pediria um pouquinho só de atenção porque nós vamos responder à acusação do Ver. Edi Morelli. Coincidentemente nós, hoje pela manhã, reunimos os Diretores da Casa para buscar informações referentes a algumas determinações dadas por esta Casa, no início de fevereiro de 1989, uma vez que assumimos em 1º de Janeiro. (Lê.) “O referido servidor Dejalnir de Moura Almeida é detentor de um cargo efetivo de Assistente Legislativo III, matrícula nº 367-8, tendo ingressado nesta Casa através de concurso público, nomeado no Ato nº 845, em 21 de março de 1978. A partir de 02 de julho de 1979, foi designado para exercer a Função Gratificada de Médico. Em decorrência da falta não justificada, ocorrida em 20 de janeiro de 1989, a Direção da Casa que assumiu no dia 1º de janeiro, e de procedimento administrativo que objetivava a sua relotação em área diversa que o Ambulatório da Casa. E ocorreu o fato aqui, na Casa, durante aqueles dias: um funcionário necessitou de atendimento urgente no consultório médico, e o médico não tinha chegado à Casa, ainda; não estava cumprindo o seu horário. Determinamos que o Segurança da Casa arrombasse a porta, buscasse ajuda de outros médicos presentes na Casa, entre eles o Ver. Mano José, que atendeu o funcionário, em 20 de janeiro de 1989.”

Tomamos as providências, cientificando o funcionário Dejalnir, através de um memorando, no qual o mesmo tomou conhecimento. Em conseqüência da referida determinação, solicitamos que se ele não cumprisse os horários, nós iríamos tirar a FG. Como o médico tinha direito a férias, ele recorreu as suas férias e solicitou-as no período de 14 de fevereiro a 15 de março. Ele retornaria no dia 16 de março de 1989. Então, o funcionário Dejalnir, em vez de retornar à Câmara Municipal, ingressou com uma Licença para Tratamento de Saúde, após o retorno das férias, não mais voltando à Casa. Nós, preocupados, procuramos a Direção da Casa, o Diretor Administrativo e pedimos que fizesse contato com a Biometria para ver o que estava acontecendo, porque, com o não retorno do médico, ele iria incorporar a FG. E, como estávamos num momento de exigir de todos os funcionários da Casa, desde o mais simples aos mais graduados, não seria o médico que iria criar um problema para nós. Não acreditaríamos que fosse feito isso, que ele estava recorrendo a quem quer que seja, recorreria a Biometria. Foi feito um contato com a Biometria e um médico respondeu ao nosso - e estou procurando agora o nome do médico -, respondeu ao nosso Diretor Administrativo que “de medicina quem entendia era ele”. Lamentavelmente, deve entender muito bem, até porque, se é o que dizem, eu não posso garantir, estou acompanhando o noticiário referente ao episódio que ocorreu e, infelizmente, o nome do médico é Dejalnir Almeida e, infelizmente para nós a Direção da Casa, ele é funcionário da Casa. Estamos tomando as providências devidas. Reunimos, hoje pela manhã, os Diretores, procuramos a Auditoria da Casa que procurasse, dentro da área jurídica, ver quais os procedimentos. Mas o médico está em biometria e, inclusive, temos aqui todos os laudos médicos, assinados, xerocados e vamos aguardar. Tomara que não seja culpado o Sr. Dejalnir de Almeida.

Desta forma respondi aos Vereadores interessados e aos funcionários. Lamentamos muito o ocorrido. Se ele é culpado, a Justiça vai determinar as penas que deve receber. Ele está em biometria, desde março de 1989, quando a Câmara exigiu cumprimento do horário e comunicou-lhe que, a partir do seu retorno das férias, iria perder a FG e iria para o quadro de Assistente Legislativo da Casa. Mas ele não retornou e os atestados estão aqui.

 

A Sra. Letícia Arruda: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador). Sr. Presidente, até por ser funcionária desta Casa, gostaria de saber quem assinava os laudos de biometria do Dr. Dejalnir Moura de Almeida.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Vamos deixar os “xerox” à disposição dos Srs. Vereadores interessados, onde consta o nome dos médicos.

 

O Sr. Elói Guimarães: Eu ouvi a manifestação do Ver. Edi Morelli e agora a resposta de V. Exª que deixa em dúvida a ação da Casa, do ponto de vista administrativo. O funcionário-médico encontrava-se em Licença para o Tratamento de Saúde e, portanto, estava na forma do laudo médico exibido por V. Exª, absolutamente desvinculado da Casa.

Então do ponto de vista da Câmara, nenhuma objeção existe sobre a acumulação de atividade, pois esta seria a única dúvida que poderia residir em termos da Câmara Municipal: um funcionário em Licença para o Tratamento de Saúde, lá exercendo, e aí corre os riscos próprios da sua ação e nem um vínculo, evidentemente não há acumulação de atividades, se me afigura que o seu esclarecimento deixa muito clara esta questão.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Ele estava sob a responsabilidade da biometria médica e não da Câmara.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador). Ver. Valdir Fraga, quero parabenizar V. Exª pelo esclarecimento a respeito deste fato que hoje praticamente é a noticia da cidade de Porto Alegre. Como o Ver. Edi Morelli se pronunciou da tribuna, este fato envolveu a Câmara de Vereadores, onde somos 33 Vereadores e representamos a cidade de Porto Alegre. Acho que V. Exª, com rapidez, inteligência, com capacidade, deu um esclarecimento que era necessário neste momento. Da minha parte, fico muito grato pelo seu esclarecimento.

    

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Valdir Fraga, é preciso que se diga que nós conhecemos o médico Dejalnir de Almeida. Somos testemunhas que o mesmo prestou grandes serviços aos funcionários desta Casa. A mim mesmo ele atendeu com grande eficiência. Ele tem realmente um saber no caminho da medicina. É uma pena que tudo isso esteja acontecendo e envolvendo o nome do Dr. Dejalnir, e eu acredito que, enquanto na Justiça nada ficar provado de que ele realmente é o culpado, esta Casa poderá fazer insinuações com relação ao nome dele, mas não afirmações, porque afirmações nós só poderemos fazer depois, porque ele está se declarando, pelo menos pelo que eu consegui ver na imprensa, inocente, com relação às acusações de aborto. Eu não vou dizer se era ou se não era, a única coisa que eu posso comprovar é que, na época em que eu conheci o Dr. Dejalnir Almeida, aqui nesta Casa, ele realmente era um médico muito eficiente.

 

O SR. VALDIR FRAGA: Acho que fica claro, também, que não estou dizendo que ele é culpado ou não. Eu coloquei aqui, respondendo ao Ver. Edi Morelli, que quem decide se ele é culpado ou não é a Justiça.

 

O Sr. Edi Morelli: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Levantei esta tese, porque fui cobrado por alguém que já sabia que o Dr. Dejalnir era funcionário desta Casa, e as acusações que são feitas a ele eu busco, na qualidade de repórter policial - a minha profissão - junto à 1ª Delegacia, indiciado ele como está como responsável pela morte da menina, no laudo preliminar “morte por asfixia”. Resta saber o porquê desta asfixia. Não coloquei aqui, mas o Dr. Dejalnir tem uma vasta ficha na polícia, coloquei apenas o fato de ele ser funcionário da Casa, afastado porque está em biometria. Agradeço muito a sua resposta, porque vem me aliviar internamente sabendo que a estima que eu tenho pelo Presidente desta Casa e a confiança que eu tenho em V. Exª continuam inabaladas.

 

O SR. VALDIR FRAGA: A resposta então: é funcionário, Assistente Legislativo III, por concurso, em 1978, e está em biometria desde março 1989.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa submete à apreciação do Plenário o Pedido de Licença do Ver. José Valdir, para Tratamento de Saúde, no dia de hoje.

(Obs: Foi aprovado o Requerimento de licença do Ver. José Valdir e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O SR. PRESIDENTE: Suspenderemos os trabalhos por alguns instantes para receber a Direção do Jornal do Comércio.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h45min.)

    

O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga - às 14h58min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Aos 57 anos do nosso tradicional Jornal do Comércio, convidamos para fazer parte da Mesa e já se encontra conosco o Dr. José Antônio Vieira da Cunha, Secretário Especial de Comunicação, representando o Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Jornalista Roberto Brenol de Andrade, representando a Presidência da Cia. Jornalística J. C. Jarros, Ver. Lauro Hagemann, nosso 1º Secretário, de imediato pedimos escusas ao Dr. Brenol, nós vamos fazer uma visita à Doutora Zaida Jarros, cumprimentando pelo aniversário do Jornal, estávamos cientes de podermos abraçá-la, no dia de hoje, e aos demais Diretores, por isso não tomamos iniciativa na data certa, mas, lamentavelmente, houve um problema de comunicação, mas a culpa é da própria Direção da Casa; mas vamos fazer a homenagem com a presença de V. Sª, do nosso representante do Governador do Estado

O Jornal do Comércio realmente é um porta-voz inconteste da indústria, das finanças, da agropecuária, enfim notabiliza-se por realçar os aspectos mais preciosos da notícia, assistimos à passagem dos 57 anos de vida encontrando-o ainda mais revigorado, sem afastar-se dos ideais propostos pelo inesquecível Jenor Jarros, ultrapassa meio século de profícua atividade, despertando cada vez mais o interesse crescente de todos os segmentos da população. Por isso, cumprimentamos a Direção do Jornal, demais Diretores, funcionários, àquela grande família que tão bem queremos, desejando cada vez mais sucesso, e que estes 57 anos se repitam por muitos e muitos anos.

Esta homenagem foi requerida pelo Ver. Clóvis Brum e aprovada pela unanimidade pela Casa.

Com a palavra o Ver. João Dib, em nome do PDS e PSB.

 

O SR. JOÃO DIB: Exmo Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. José Antônio Dedius Vieira da Cunha, Secretário Especial de Comunicação, representando o Governador do Estado do Rio Grande do Sul; Jornalista Roberto Brenol de Andrade, representando a Presidente da Companhia Jornalística J. C. Jarros, Ver Lauro Hagemann, 1° Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre; Srs. Vereadores; meus Senhores e minhas Senhoras. Cinqüenta e sete anos são passados desde que circulou o primeiro número do hoje Jornal do Comércio. Cinqüenta e sete anos de ininterrupta circulação, portanto o jornal mais antigo em circulação em Porto Alegre. Cinqüenta e sete anos de excelente serviço prestado à coletividade gaúcha e ao Brasil também; 57 anos em que, cuidando do comércio e da indústria, o Jornal do Comércio não descuidou de outros setores da coletividade, como a cultura, ciência jurídica, sociedade, esporte, enfim todos aqueles assuntos que são capaz de atrair a atenção do leitor estão cuidados, e muito bem cuidados, no Jornal do Comércio, pelos seus colunistas, pelos seus editores e por todos aqueles que conseguem fazer cinco vezes por semana o Jornal chegar as suas mãos.

Destes 57 anos, 44 eu acompanhei pessoalmente o Jornal do Comércio. Conheci o construtor do “Comércio”, lá na Travessa Luiz Antunes, no 3º andar no Palácio do Comércio, e é possível que uma destas razões que eu esteja nesta tribuna tenha sido as facilidades que, naquele momento, me foram colocados pelo Dr. Jenor Cardoso Jarros. Eu, estudante do Júlio de Castilhos, com dificuldades para me manter aqui em Porto Alegre, buscava uma fonte de receita, editando os polígrafos para os demais colegas do Júlio de Castilhos. Mas ocorre que as minhas dificuldades financeiras eram de toda sorte, e eu me apresentei lá no Jornal do Comércio e falei com o Dr. Jenor Cardoso Jarros, Mario Jarros, Dante Jarros, Sr. Varela, era o meu auditório. E eu disse que não tinha dinheiro e solicitava que acreditassem em mim para que eu pudesse editar os polígrafos e, então, ter uma fonte de receita para que eu pudesse continuar estudando com tranqüilidade. E eu passei no teste, O Dr. Jenor mandou me atender, e eu era tão bem atendido que às vezes o “consultor do comércio”, que parte dele era mimeografada e parte era impressa pelo sistema comum de impressão, às vezes, parava sua edição porque havia pressa, porque tinha uma sabatina no Colégio Júlio de Castilhos e os estudantes precisavam e estavam ali para levar. Então, eu sou profundamente grato ao Sr. Jarros, ao Jornal do Comércio, porque completar 57 anos é diferente das pessoas, as pessoas, à medida que avançam no tempo, parecem enfraquecer, acumulam experiência - é verdade -, e o espírito se sobrepõe, às vezes, à matéria, mas, de qualquer forma, o tempo é inimigo do homem. Mas na empresa o tempo remoça, revigora, acumula as experiências, sana erros e continuam realizando, cada vez melhorar as suas atividades. É o que esta Casa, o povo de Porto Alegre, o povo gaúcho deseja, que o Jornal do Comércio continue por muito tempo, mas por muito tempo mesmo, servindo da forma que vem fazendo até hoje: com serenidade, com equilíbrio, com dignidade, com decência, sem nunca se aproveitar de nenhuma situação, mas dando através da Direção, dos homens que integram aquela empresa, o melhor de si. É assim que nós queremos que o Jornal do Comércio continue, excelente como é. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós comunicamos que o Ver. Clóvis Brum é o autor da proposição. Em vez de chamá-lo primeiramente, chamamos o Ver. João Dib. Quer dizer que realmente, hoje, não é um dos melhores dias.

Ver. Clóvis Brum, V. Exª está com a palavra e aproveitamos para pedirmos desculpas também.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Meu ilustre amigo, operoso e dedicado Presidente desta Casa, Ver. Valdir Fraga; representando o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, nesta oportunidade, não menos amigo, Dr. José Antônio Vieira da Cunha; amigo Dr. Brenol, representando neste ato a Companhia Jornalística J. C. Jarros; Ver. Lauro Hagemann, homem da imprensa há muito anos, meu sempre Presidente do Sindicato dos Jornalistas e Vereador Secretário desta Casa; companheiros Vereadores de Porto Alegre.

As coisas às vezes bem planejadas não têm a doçura e nem a espontaneidade das coisas que acontecem ao natural. O que está ocorrendo hoje não é uma Sessão Solene, é um espaço de Grande Expediente, que ocorre todas as segundas e quartas-feiras, nas Sessões normais da Casa, e que por generosidade dos Srs. Vereadores, em acolhendo a proposta deste Vereador, se transformou numa homenagem merecida ao tradicional Jornal do Comercio de Porto Alegre.

Sim, ao Jornal do Comércio se poderia dizer é o boletim do comércio, aquela boletim que nasceu há muitos anos e que informava a chegada e saída de navios, a mercadoria que chegava e saia do porto de Porto Alegre. Aquele boletim com tanto serviço, com tanta informação à atividade comercial gaúcha e que no decorrer dos anos foi-se ampliando e se transformando neste gigante precioso da informação tributária, da informação contábil, da legislação que trata esta matéria, da informação econômica, da informação comercial. E, agora, modernamente equipado, trata não só destas informações, mas agrega às paginas deste veículo diário uma gama muito grande de informações, de esporte, da sociedade, informações políticas, informações que estão intimamente ligadas à comunidade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. O Jornal do Comércio hoje leva a milhares de leitores uma gama completa de informação verdadeiramente sadia, uma informação precisa, uma informação não levada pela emocionalidade, mas uma informação levada pelos fatos. É o Jornal que transmite com tranqüilidade, com transparência, sim, o dia-a-dia dos fatos da Cidade e do Estado do Rio Grande do Sul.

A minha tarefa, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, foi a de tão-somente oportunizar nesta tarde a que as Lideranças da Casa, que a Câmara Municipal de Porto Alegre registrasse a passagem de mais um aniversário deste importante veículo de comunicação social que é, sem duvida alguma, o Jornal do Comércio. Sempre, desde os primórdios, tocados pela coragem, pela dedicação de uma família, de uma família que se notabilizou com sua dedicação exclusiva ao aperfeiçoamento da boa informação, da correta informação, na prestação de um serviço relevante não só à classe política, à sociedade, mas fundamentalmente às classes econômicas, ao desenvolvimento social e econômico do Rio Grande do Sul. A este desenvolvimento, ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul não se pode deixar de cotejar um ingrediente fundamental, um elemento importante nesse desenvolvimento que foi, sem dúvida nenhuma, a participação diuturna do Jornal do Comércio.

Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha tarefa está concluída. As demais lideranças da Casa haverão de dizer dos méritos que justificam o seu voto na aprovação da dedicação desse Grande expediente ao Jornal do Comércio. Particularmente, em nome da Bancada do PMDB, em nome do Ver. Airto Ferronato, meu companheiro de Bancada, desejamos transmitir, Dr. Brenol ao Jornal do Comércio, a nossa alegria, o reconhecimento do nosso Partido e da nossa Bancada ao trabalho notável, invejável e correto que o Jornal do Comércio, que a Empresa Jornalística J.C. Jarros desenvolve, não no benefício, mas na participação do desenvolvimento do Rio Grande do Sul e da nossa comunidade rio-grandense. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Dilamar Machado, que fala em nome do PDT.

    

O SR. DILAMAR MACHADO: Companheiro Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal; colega e companheiro José Antônio Vieira da Cunha, representando o nosso Governador, o Secretário Especial de Comunicação do Governo Gaúcho; prezado amigo Jornalista Roberto Brenol de Andrade, que aqui representa a Presidência e a Direção do Jornal do Comércio; Ver. Lauro Hagemann, Secretário da Casa; caro companheiro e amigo Jornalista Alfredo Daudt, integrante do nosso Setor de Comunicação Social e funcionário do Jornal do Comércio, aqui representando os seus trabalhadores.

Acho que o mais importante é se dizer, em nome da Bancada do PDT, à Direção do Jornal do Comércio, que em nosso País, um jornal que completa 50 anos de atividades é um jornal. Ao longo da minha vida pública e também de jornalista, vi muitos órgãos de imprensa irem desaparecendo diante da desigualdade social econômica do nosso País. Órgãos da importância de um “Diário de Notícias”, de um “Correio do Povo”, de um “Correio da Manhã”, de um “O Dia”, “Folha da Tarde”, “Folha da Manhã”. Enfim, órgãos de imprensa que vieram, ocuparam seus espaços e depois sumiram diante desse quadro desigual a que me referi há pouco.

O Jornal do Comércio, indiscutivelmente, se solidifica na imprensa do Rio Grande do Sul e tem para nós, particularmente, que militemos na imprensa durante muitos anos, um detalhe que considero da maior importância: é um jornal sério. Sério como foi Jenor Jarros, como é Delmar, como é a D. Zaida, como é o Brenol, como é o Dault, como são os integrantes deste jornal que presta um serviço especial ao Rio Grande na área da economia, dos negócios. Começando há 57 anos atrás com um simples boletim do comércio e hoje ocupando o seu espaço, não só na imprensa do Rio Grande, mas em nível nacional, como um dos mais importantes jornais diários da nossa Capital e do nosso Estado.

Deixo, portanto, nesta homenagem da Câmara Municipal, o abraço do PDT ao Jornal do Comércio, e o nosso desejo aliado à certeza de que ainda nas próximas décadas, na virada do século, no terceiro milênio ainda, os gaúchos terão como um dos mais sérios e sólidos informativos da nossa imprensa, o Jornal do Comércio. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz. Pelo PTB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr José Antônio Dedius Vieira da Cunha, Secretário Especial de Comunicação, representando o Governador do Estado do Rio Grande do Sul; Jornalista Roberto Brenol de Andrade, representando a Presidente da Cia. Jornalística J. C. Jarros; Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Nós, como muitos que saíram da Faculdade de Jornalismo, há muito tempo, e não exerceram a profissão de jornalista em jornal, que apenas fomos jornalistas de rádio e, algumas vezes, de televisão, da mídia eletrônica, com o passar do tempo, vamos esquecendo aquilo que aprendemos na Faculdade, aqueles ensinamentos prioritários, primordiais para que se faça um bom jornal, e vamos nos tornando muito mais leitores do jornal e vamos acompanhando os jornais muito mais como leitores do que realmente como técnicos. E, na evolução deste tempo todo em que nós acompanhamos o Jornal do Comércio, até por uma impossibilidade temporal, não temos o mesmo tempo de acompanhamento do Ver. João Dib, que há 44 anos está acompanhando, seguindo a vida do Jornal do Comércio. Mas nos 15 anos que nos encontramos no Rio Grande do Sul, e mais especificamente aqui em Porto Alegre, a gente tem notado as mudanças e o progresso que vem fazendo o Jornal do Comércio, naquilo que ele apresenta para os seus leitores. Antigamente, quando nós chegamos aqui na Cidade, por volta do ano de 1975, nós vínhamos, então, de Santa Catarina, onde também, como sempre em minha vida, desde os 13 anos de idade, exerci a função de radialista. E nós sentíamos que o público alvo do Jornal do Comércio, as matérias que eram publicadas no Jornal do Comércio, tinham endereço certo. A fatia de mercado que o Jornal do Comércio procurava atingir, e atingia muito bem, era exatamente aquele público que se dedicava à indústria e ao comércio. E essa fatia de mercado o Jornal do Comércio conseguia fazer com rara felicidade, sempre conseguiu fazer. Mas não sei se estou errado, existiu uma época aqui em Porto Alegre, e porque não dizer no Rio Grande do Sul, em que de repente nós corríamos o perigo de vivenciarmos o monopólio da informação, com a extinção do “Correio do Povo” e do “Diário de Noticias”, e de outros jornais, como é o caso da “Folha da Tarde”, de ficarmos praticamente, somente com o Jornal Zero Hora, informando à população do Rio Grande do Sul. E isso nós que acompanhamos o setor de imprensa sabemos que é extremamente perigoso. E foi exatamente nessa época, posso estar equivocado, que começou a haver no Jornal do Comércio uma modificação que julgo extremamente salutar. Até perguntava, hoje para o Brenol, numa conversa que tínhamos em meu gabinete, há quanto tempo se iniciava esta modificação, e ele dizia que de 10 anos para cá vinha acontecendo esta modificação.

O Jornal do Comércio, que apenas exercia a sua atividade na área de economia e finanças, começou a penetrar nas outras áreas e levar para o seu leitor as informações que ele procurava complementar no outro jornal da Cidade. E o leitor do Jornal do Comércio começou a poder se satisfazer somente com a leitura do seu jornal. Muito embora, ele vai sentir uma maior dosagem nas áreas de economia e finanças, ele também poderá se fartar com matérias do campo político, do campo dos esportes, social, policial, onde o Jornal do Comércio já consegue exercer muito bem essa função.

 Aquele perigo que corremos, durante muito tempo, do monopólio da informação, que é ruim, nas mãos de quem as tiver. Qualquer pessoa que tiver o monopólio da informação poderá prestar um mau serviço. Este perigo foi sanado, exatamente, por esta modificação que o Jornal do Comércio conseguiu fazer, penetrando em outras áreas e fazendo com que, naquele período que tínhamos apenas, praticamente, um jornal de grande circulação no Estado, e dentro da Cidade, tivéssemos a possibilidade de também acompanharmos um jornal que tinha opinião.

E, por falar num jornal que tem opinião, não faz muito tempo, foi no mês passado, que nós estávamos nos defrontando com uma empresa de consórcio na Cidade para tentarmos reaver parcelas que havíamos pago num consórcio para adquirir um carro, e ganhamos esta ação, recebemos as parcelas pagas corrigidas. Mas onde fomos buscar inspiração para que tivéssemos força para levar aquela ação adiante? Exatamente na coluna “Espaço Vital”, do Marco Antônio. Lendo aqueles debates entre advogados famosos, grandes advogados que diziam que pessoas haviam ganhado ou perdido ações, mas dentro da jurisprudência atual existem mais aqueles que ganham do que aqueles que perdem. Já são mais os tribunais que são favoráveis do que os tribunais que são contrários. Seguimos esta batalha com esta empresa de consórcio. E seguindo aquelas informações da coluna “Espaço Vital” conseguimos sucesso. Então para mim também, como para outras pessoas o Jornal de Comércio presta este serviço de informar bem e corretamente. Tenho certeza absoluta que na sua seqüência de vida, agora, procurando sempre melhorar, e isto a gente vem notando na qualidade da sua matéria, na qualidade de seus profissionais que a cada ano que passa existe um aprimoramento maior. Isto nos dá a certeza absoluta que neste início de década e final de século vamos ter a oportunidade de vermos aí, realmente, grandes jornais circulando em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Quem quiser informação sobre economia e finanças é claro que pode consultar outros jornais que copiam a iniciativa do Jornal do Comércio, que é mais velho, mas não podem tirar a conclusão final, sem antes ler este jornal que completou na semana passada seus 57 anos de existência.

Parabéns ao Jornal do Comércio. Parabéns a sua Direção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann que fala pela Bancada do PCB.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Casa; meus prezados companheiros Jornalistas José Antônio Vieira da Cunha, Roberto Brenol de Andrade, representando o Jornal do Comércio que nós homenageamos; Srs Vereadores, Companheiros Jornalistas. Está se tornando quase uma rotina, anualmente, a Câmara de Porto Alegre homenagear o Jornal do Comércio. Uma rotina que nós cumprimos com agrado, porque temos a consciência de que estamos prestando uma homenagem a um organismo vivo da nossa sociedade, da nossa Cidade que ajuda e impulsiona a todos nós em direção ao progresso, ao futuro. O Jornal do Comércio vem trabalhando, diuturnamente, em prol desta Cidade, deste Estado, num ramo especifico de informação. A cada ano, nas Sessões Solenes, nós repetimos a tentação de repetirmos aquilo que já dissemos há 10 anos, ou talvez mais, sobre a excelência do Jornal do Comércio. Então fica difícil aos oradores que se sucedem nesta Sessão de trazerem alguma coisa original e nova. Eu hoje dei tratos à bola para ver o que se poderia dizer de novo a respeito de mais um aniversário do Jornal do Comércio e me ocorre uma coisa que, como velho profissional da imprensa, não do jornalismo escrito, impresso, mas sim do jornalismo eletrônico, eu venho observando e com preocupação cada vez maior. Existem certos órgãos da imprensa local, não apenas local, mas também local, que estão exagerando na sua concepção de poder. A imprensa não é toda poderosa, a imprensa é um braço da sociedade, destinada a trabalhar pelo progresso da espécie humana, mas existem certos jornais, certas redes, que estão exacerbando essa concepção e querem transformar nos reitores da sociedade, quando, na minha concepção, a imprensa é um reflexo da sociedade, deve refletir o que acontece entre os homens nas suas relações de produção, de convívio e não estabelecer regras e mais do que estabelecer regras, querem, às vezes, até tomar conta do próprio poder: influenciar governos para que façam isso ou aquilo, segundo os seus desígnios. E daí me ocorreu que o Jornal do Comércio, na sua trajetória, tem se mantido à margem deste processo.

No meu entendimento, o Jornal do Comércio está praticando o jornalismo que eu concebo, que é refletir as coisas que acontecem na sociedade. Claro, num ramo que não me é muito afeito. O Jornal do Comércio também tem os seus pecados, os seus equívocos, os seus erros, mas ele, dentro da sua concepção da defesa dos interesses que ele, organizadamente, procura representar, ele se comporta de maneira louvável e presta este serviço à sociedade, aos setores econômicos, aos setores financeiros. Não é o tipo de sociedade que eu defendo, mas que eu respeito, porque vivemos todos nesta sociedade e temos que respeitá-la.

Então, foi esta reflexão que me ocorreu hoje. É um esboço de tese mal e parcamente feito. Assinalar estes 57 anos do Jornal do Comércio, para mim, como profissional de imprensa, é uma tarefa muito grata.

Quero cumprimentar o companheiro Brenol, em nome da Direção da Empresa Jornalística J. C. Jarros, e que faça chegar aos companheiros jornalistas do Jornal do Comércio esta nossa intenção. Gostaria, neste final de conversa desalinhavada, dizer que me agradaria muito não ter que me desdizer, no futuro, em relação à tese que esbocei relativamente ao Jornal do Comércio. Que ele permaneça, como hoje, crescendo conosco. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur Zanella.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Efetivamente, o Ver. Lauro colocou bem. Tem-se tornado uma tradição nesta Casa e nesta Cidade a homenagem ao Jornal do Comércio, um jornal que iniciou como uma repartição pública, por meio de um mimeógrafo, à época. Assim publicava balanços de empresas, chegadas e saídas de navios, com respectivas cargas. Eu me lembro de uma referência que se fez de que na famosa enchente de 1941 o Jornal era distribuído de barco pela Cidade. Depois, ampliou as suas publicações e hoje é efetivamente um jornal eclético. E acho que deve ser feita uma referência, porque o Jornal do Comércio tem uma característica toda especial, é um jornal de caráter comercial, apesar de ter notícias mais amplas possíveis, mas gerou um rádio, a “Princesa”, que é por excelência, do carnaval, dos pobres, dos deserdados, e que lá, à mercê do trabalho da terceira geração, Valéria Jarros, hoje Tumelero, é uma rádio que leva ao povo mais pobre de Porto Alegre, o povo de acompanha o carnaval durante todo o ano, trata do carnaval; o que é uma novidade. Também temos que ressaltar, junto o nome de Delmar Jarros, Homero Guerreiro, os que nos deixaram, que foi o grande fundador Jenor Jarros, e já na terceira geração, o Fernando Jarros Worn, que era um dos maiores fotógrafos desta Cidade, e que na infelicidade de uma acidente tirou desta Cidade, desta Capital o brilhantismo de sua presença.

E, finalmente, não posso furtar-me, apesar de sua modéstia tradicional, de fazer um breve comentário sobre a pessoa que representa, neste momento, o Jornal do Comércio, que é Roberto Brenol de Andrade, que conheci quando Chefe de Imprensa do Prefeito Telmo Thompson Flores. Ele trabalhou e teve em dos gestos mais carinhosos, e lembro o tempo em que estava na Secretaria Municipal da Administração, não conhecia nem o prédio da Prefeitura e era seu Secretário Municipal da Administração, em 1975, e recebi a visita do Brenol que se propunha, gratuitamente, da forma mais aberta possível, auxiliar no trabalho que lá existia, principalmente na impressão do Boletim de Pessoal da Prefeitura, que era feito da forma mais primitiva possível. O Brenol, que é autor de um dos livros melhores que eu conheço e que retrata aquela força de paz, a ONU, em Suez, que ganhou recentemente o Prêmio Nobel da Paz e que ao ser esboçado um projeto dando algum reconhecimento a esta Força de Paz de Porto Alegre, mereceu um comentário de uma pessoa que mim, dizendo que não deveria ter sido aprovado isso, em função destes pracinhas que foram na Força de Paz, porque lá havia morrido poucos, enquanto que na Força Expedicionária Brasileira havia morrido muitos. Não mereciam, como no final acabaram não merecendo nem na esfera estadual e nem na municipal o seu reconhecimento. A falta que esta Força de Paz faz, neste momento, no Oriente Médio é fácil de notar-se por aquilo que está lá ocorrendo.

 Mas feita esta referência, a Roberto Brenol de Andrade, funcionário público municipal, eu quero, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, dizer que esta é uma Casa do Povo, que representa a população, e nada mais justo do que sempre, todos os anos, nós comemorarmos o aniversário do Jornal do Comércio, como dos outros órgãos informativos, porque mesmo com esta imprensa atuante, o rádio e a televisão atuante como nós temos, o índice de desinformação da população ainda é muito grande. E nós precisamos, de todas as formas, e isto é uma referência que eu faço ao Sr. Secretário Especial de Comunicação do Governo do Estado, é necessário que a população seja sempre informada. Isto não é um favor. É uma obrigação que os governantes têm de colocarem com a maior clareza e transparência possível os seus atos. E eu fico extremamente satisfeito em ver nesta Mesa duas pessoas, uma no passado, apesar da sua juventude, o Brenol; e outro, Dr. Vieira da Cunha, o atual, pelo Governo do Estado, pessoas que fazem exatamente esta ligação entre o Governo e a população que lhes paga. Muito obrigado! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Wilson Santos, que falará em nome da sua Bancada, o PL.

    

O SR. WILSON SANTOS: Inicialmente, a minha saudação à Mesa, já mencionada pelos Vereadores que me antecederam. Neste ato eu gostaria, simplesmente, de dizer que de todas as crises a maior - salvo um juízo melhor - é a da falta de vergonha na cara. Nós sentimos nitidamente a deterioração da ética, nós já temos pessoas que riem, dão gargalhadas da honra e já sentem vergonha de serem honestas, pois, exatamente nesta contextura, eu acho extremamente oportuno nós homenagearmos virtudes, especialmente as virtudes no campo jornalístico. De 1933, daquele humilde boletim mimeografado, uma criação de Jenor Cardoso Jarros, 57 anos se passaram. E, nesses 57 anos, alguma coisa foi fundida. Eu acredito que foi erguido um verdadeiro monumento. Este monumento é um monumento jornalístico de dignidade, de honradez, de busca da verdade na notícia, da informação correta e um profundo, necessário respeito ao sagrado direito de resposta.

Portanto, o Jornal do Comércio encarna tudo aquilo que queremos de virtude no jornalismo. Por isso, nada mais justo do que dizermos: parabéns aos 57 anos do Jornal do Comércio e parabéns pela virtude e dignidade do seu corpo funcional que aqui, nós, de viva voz, parabenizamos. O Jornalista Brenol que representa esta olímpica instituição jornalística. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz, que fala pela sua Bancada, o PT.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Dr. José Antônio Dedius Vieira da Cunha, Secretário Especial de Comunicação, representando o Sr. Governador do Estado, Jornalista Roberto Brenol de Andrade, representando a Presidente da Cia. Jornalística J. C. Jarros, Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, companheiros Vereadores, Jornalista Alfredo Daudt, Jornalista da companhia.

Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, queremos também trazer à Cia. Jornalística, aos seus Diretores, aos jornalistas, aos funcionários da Casa, aqui representados pelo Daudt, o nosso abraço, a nossa saudação pelo aniversário, que transcorreu há poucos dias, dessa importante empresa que tem tradição muito grande em nosso Estado, como já foi dito pelos Vereadores que me antecederam e com os quais concordamos plenamente. O nosso Partido que hoje está no Poder Executivo de Porto Alegre, Administração Popular, com o Prefeito Olívio Dutra, representamos, quem sabe, um segmento da sociedade que ainda está insatisfeita, não se considera plenamente atendido pela situação que existe no País que cria verdadeiros abismos entre setores da sociedade. A sociedade dividida em classes, onde alguns setores conseguem conviver e participar, como tenho dito muitas vezes na qualidade de arquiteto urbanista, daquilo que se chama cidade informal ou estado das pessoas que têm determinado tipo de poder aquisitivo e que consegue conviver dentro das regras de uma economia de mercado, de uma economia capitalista, como a que nós vivemos. Então representando este segmento, entendemos que muito há ainda que fazer por nossa sociedade, para que ela seja mais justa, para que os organismos de imprensa de forma geral consigam atender melhor, de uma forma igual a todos os segmentos. Temos consciência disso, e muitas vezes até sofremos determinado tipo de críticas, porque, representando o movimento sindical, historicamente os movimentos sociais, não os descamisados do Presidente Collor, mas as pessoas que vivem neste País e que têm dificuldades, sentimos que também temos dificuldade em passar questões pela chamada grande imprensa.

Mas é importante que se diga, num momento destes em que ocupamos a tribuna para esta homenagem ao Jornal do Comércio, que, mesmo nestas circunstâncias, entendemos que o Jornal do Comércio e a Rádio Princesa têm prestado um serviço muito grande à comunidade de Porto Alegre, ao Rio Grande do Sul e ao País. Eu mesmo posso testemunhar que, recém formado em Arquitetura, não tinha condições de assinar mais de um jornal, e me deparei com a necessidade de decidir junto com meu sócio qual o jornal que iríamos assinar. E decidimos rapidamente pelo Jornal do Comércio, e tinha uma razão para isso, pois este jornal, de certa forma, atendia a uma necessidade nossa, a uma especialização maior na área do comércio, da indústria, de serviços, nesta informação que normalmente traz e presta um serviço muito importante. E assinamos na época, e até hoje o Jornal do Comércio presta um serviço a um simples escritório de arquitetura.

Então, entendemos que foi e é importante esta idade avançada que o Jornal consegue superar ano a ano, as crises que, certamente, atingem à imprensa, se compararmos com outros órgãos importantes como “Diário de Notícias”, o “Estado de São Paulo” que se foram, o “Correio do Povo”, que teve problemas, mas que felizmente os supera, ou a “Última Hora”, que hoje é a “Zero Hora”; são questões em nível local, estadual e em nível nacional. Estamos notando permanentemente. Então o Jornal do Comércio é importante para o Estado, e nós, do Partido dos Trabalhadores, e nós, da Administração Popular, consideramos que seu trabalho deve continuar no nível em que está, quem sabe cada vez mais abrindo espaço para esses segmentos que nós consideramos que, não pelo Jornal do Comércio, mas pela imprensa em geral, pelas circunstâncias em que o País vive, nem sempre tem o mesmo espaço. Muito obrigado

                                                   

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Jornalista Roberto Brenol de Andrade.

    

O SR. ROBERTO BRENOL DE ANDRADE: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Dr. José Antônio Vieira da Cunha, Secretário Especial de Comunicação, representando o Governador do Estado; Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. O Ver. Lauro Hagemann, que propôs essa reunião, foi muito feliz ao dizer que muitas vezes percalços numa programação acabam transformando-a em algo de mais genuíno e autêntico. Acredito que hoje estamos vivendo justamente isso aqui, neste momento.

Em primeiro lugar, porque acho a Câmara Municipal de Porto Alegre é aquela que deve ter um dos maiores números de profissionais da imprensa, do rádio, da televisão em atividade ou que já passaram por este ramo. Eu, aqui, pessoalmente cito dois, sem desmerecer nenhum dos demais, que são o Lauro Hagemann, pessoa que admiro profissionalmente desde que iniciei no jornalismo, além de Dilamar Machado, pessoa que também acompanhei durante muitos anos profissionalmente e a nível de Prefeitura. Realmente, o ambiente tranqüilo, talvez até por ser uma tarde outonal, se mescla o frio e o calor, nos dá uma certa paz de espírito e um momento de reflexão sobre a imprensa gaúcha.

Ouvi aqui as mais diversas mensagens, todas elas de referência bondosas ao Jornal do Comércio. Mas os senhores podem acreditar, elas não foram meramente formais, a maioria expressa uma realidade. Aqui foi dito que Jenor Jarros ajudou ao então jovem estudante que acabou tornando Prefeito de Porto Alegre e hoje Vereador desta Cidade. E é verdade. Eu tive pouco tempo de privacidade com Jenor Jarros, cerca de três anos. Jenor Jarros gostava, antes de tudo, de ajudar. E mais do que uma norma de trabalho, ele tinha por filosofia ouvir a opinião dos empregados. Jenor Jarros levava para o bar próximo ao Jornal um funcionário de sua confiança e pedia a opinião dele sobre determinado assunto. Leva um dia, dois, três, quatro, se na quinta vez aquele funcionário dissesse: “Sr. Jenor, o Senhor tem que fazer tal tipo de transformação no Jornal ou em determinada seção”. E se aquela pessoa provava para ele, insistia que estava convicta daquilo, Jenor Jarros não tinha a menor dúvida em aplicar aquilo que o mais humilde funcionário tivesse transmitido. Ele fazia questão de preservar esse tipo de atitude. Infelizmente, morreu relativamente em idade prematura, mas muitas das suas idéias permanecem.

Ouvi aqui, também, a manifestação de que o Jornal do Comércio, durante dois anos, impediu que em Porto Alegre houvesse o monopólio da imprensa. Eu gostaria de dizer que falando em off, linguagem que a maioria deve entender, alertar que nesses dois anos o Jornal Comercio foi muito cobrado. Realmente, se telefonava para o Jornal do Comércio exigindo, em primeiro lugar, que se transformasse num novo “Correio do Povo”. Era impossível. A imprensa hoje em dia, principalmente a escrita, está cada vez mais sedimentada, mais especifica. Há um retorno no mundo inteiro para os jornais, com departamentos específicos, exatamente como, sem querer, provavelmente, Jenor Jarros já havia criado o Jornal do Comércio, há 57 anos. Então nesses dois anos, o Jornal do Comercio serviu de contraponto de referência ao Jornal Zero Hora. E os Senhores podem ter certeza - aqui rendo minhas homenagens também ao Jornal Zero Hora -, a “Zero Hora” deixou de publicar, deixou de investir, deixou de permanecer naquela posição, alertada pela Direção e pelos profissionais do Jornal do Comércio. Cito o caso aqui da mudança de nomes de ruas em Porto Alegre. Foi através do Jornal do Comércio, que alertou a “Zero Hora” para que evitasse campanhas que, embora meritórias quanto à finalidade, iriam de encontro ao que mais vai pactuar com a miséria, com a concentração de renda, com uma sociedade onde muito poucos têm e a imensa maioria passa necessidade. Isto eu posso assegurar aqui, onde o Ver. Clovis Ilgenfritz foi tão gentil de declinar que desde muitos anos é assinante do Jornal do Comércio.

O Jornal não tem interesse. As crises que levaram a banca-rota tantas empresas jornalísticas, certamente foram fruto desta desigualdade, desses desníveis. O Jornal do Comércio quer ser um jornal que se mantenha fiel aos seus dogmas e aos seus dogmas e aos dogmas de seu fundador. Porém, evoluindo na parte visual, porque as pessoas têm o direito de envelhecer, conforme disse o Ver. João Dib, mas as empresas não têm o direito de envelhecer; elas têm que ser renovadas, têm que melhorar, têm que se aprimorar, senão elas vão desaparecer, inevitavelmente, como vários exemplos que já foram citados.

Renovo, em nome da Direção do Jornal do Comércio, os agradecimentos pela homenagem plena da Câmara de Vereadores. A tranqüilidade ao Vereador que propôs a homenagem, preocupado talvez por algum equívoco de correspondência, mas pode ter certeza de que vou transmitir a autenticidade do que foi feito aqui, o carinho das palavras ditas. E eu, em nome do Jornal do Comércio, posso afiançar aos senhores que o Jornal, sempre que possível, vai permanecer fiel ao seu fundador, vai abrir espaço para todos os partidos e vai trabalhar permanentemente, como sempre fez até hoje, para que os interesses da categoria que representa jamais superem, jamais sobrepujem os interesses da imensa maioria do povo brasileiro, como o Ver. Lauro Hagemann, também propôs, que são uma igualdade para aqueles que hoje tão pouco têm e que sofrem de carências que todos nós sentimos.

Muito obrigado a todos os senhores. Muito obrigado aos Vereadores que ocuparam a tribuna, e reitero: foi uma tarde de encantamento, uma tarde tranqüila. E eu que já participei de tantas homenagens ao Jornal do Comércio, posso dizer: levá-la-ei guardada com muito carinho no meu coração! Muito obrigado a todos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, nós gostaríamos de dizer porque estamos sentidos: porque aguardávamos, ansiosamente, a Direção do Jornal do Comércio, pelo carinho, pelo amor que temos pela Dona Zaida e os demais Diretores.

Na verdade, o Requerimento, e eu já preocupado em chamar a atenção dos responsáveis, mas confesso que não tenho condições de fazê-lo, porque este Requerimento foi aprovado dia 25, sexta-feira, depois veio dia 26, sábado, domingo, e hoje dia 30, tivemos duas Sessões Solenes: em homenagem ao Centro Uruguaianense, na segunda-feira; e ontem, do Colégio Anchieta. Estou explicando, porque a Direção do Jornal precisa saber. Por isto que, aprovado sexta-feira, e houve um problema de correspondência, por isto pedimos escusas. Mas temos a certeza de que a Dona Zaida estaria aqui ao seu lado. Leve o nosso abraço amigo à Dona Zaida e aos demais companheiros Diretores e funcionários do Jornal do Comércio pelos 57 anos.

Agradecemos ao Viera da Cunha pela presença também.

Suspenderemos os trabalhos para voltarmos dentro de dois minutos, para as Comunicações. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h01min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h04min): Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda a verificação de “quorum”.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal.) Estão presentes 14 Srs. Vereadores, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo “quorum”, encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão às 16h04min.)

 

* * * * *